A cidade que corre, respira e se reinventa

Há movimentos que nascem de grandes causas, reivindicações e lutas políticas. Há outros que surgem da cultura, da arte e da ocupação simbólica das ruas.

E há, também, aqueles que se originam do gesto mais simples e poderoso: a união espontânea das pessoas para transformar a cidade por meio do bem-estar, do esporte e da empatia.

É exatamente isso que Betim tem testemunhado por meio do Corre Caramelo, grupo liderado por Gurgel, que tem conquistado bairros, vilas, vielas, aglomerados, favelas e também as áreas mais nobres da cidade.

Esse movimento, feito de corrida, sorriso, acolhimento e pertencimento, tomou conta do espaço público de forma admirável e, acima de tudo, inspiradora.

Hoje, o Corre Caramelo reúne dezenas de corredores — pessoas comuns que encontram uns nos outros força, motivação e laços de comunidade.

Ao lado deles, caminham — ou melhor, correm — outros movimentos, como o Betim Runners, grupo que já soma milhares de participantes e que se tornou um fenômeno em Betim, e a Associação de Ciclistas de Betim, que traz a bicicleta como conceito de vida e valorização da autoestima.

Esses movimentos têm dado um exemplo extraordinário de cidadania ativa.

É emocionante ver, nas noites de quarta-feira, dezenas de pessoas ocupando regiões distantes da cidade, explorando seu território, conhecendo seu tecido urbano e promovendo uma convivência que nasce do esporte, mas se expande para muito além dele.

Eles percorrem ruas do Centro, do Angola, do Ingá, do Brasileia — bairros mais estruturados —, e também avançam por áreas periféricas que ainda carecem de investimentos e melhorias.

O percurso? O itinerário? Só são decididos poucas horas antes. E, para participar, não é necessário muito: no máximo, um tênis, uma roupa esportiva e disposição.

A ocupação é positiva. A presença deles revigora a cidade. A corrida, nesse caso, vira ferramenta de inclusão, saúde, autoestima e pertencimento.

Tive a oportunidade de correr com o Corre Caramelo no dia do lançamento das luzes de Natal e fiquei impressionado com a energia contagiante, a alegria genuína e a vibração coletiva que fazem parte desse movimento.

Ali não existe interesse financeiro, nem protagonismo político. O que existe é vontade de viver a cidade, de estar com o outro, de exercitar a empatia e de fortalecer laços sociais que fazem toda a diferença em tempos tão fragmentados pelas multitelas.

O Corre Caramelo repete, à sua maneira, o papel transformador que tantos outros movimentos de rua, no Brasil e no mundo, desempenharam ao longo das últimas décadas.

Assim como a Marcha das Vadias, que reivindicou direitos das mulheres e denunciou a violência; o 15-M espanhol, que transformou praças em ágoras democráticas; o movimento Black Lives Matter, que mobilizou o planeta contra o racismo estrutural; a juventude das ocupa-escolas, que lutou pela educação pública; as ocupações culturais, como a Virada Cultural, e as intervenções urbanas que devolveram as ruas às pessoas; ou mesmo os Rolezinhos, que escancararam o debate sobre segregação e direito à cidade.

Todos esses movimentos, como o retorno do carnaval de rua de Belo Horizonte, cada qual com seu propósito, produziram impacto, mudaram mentalidades e redefiniram a relação entre cidadãos, governo e espaço urbano.

O Corre Caramelo e o Betim Runners seguem essa mesma lógica de transformação: não pela contestação, mas pelo encontro; não pelo protesto, mas pela construção; não pela indignação, mas pela inspiração.

Eles mostram que o esporte é um poderoso vetor de ocupação saudável das ruas, de integração social e de aproximação entre pessoas que, no ritmo da corrida, redescobrem a cidade e a si mesmas.

Jovens, crianças, idosos, mulheres, trabalhadores de todas as profissões: todos têm lugar. Todos se veem representados.

É de dar orgulho ver Betim respirar essa cultura de movimento, saúde e convivência coletiva.

Por isso, deixo aqui registrado meu reconhecimento aos criadores, organizadores e a todos que fazem desse gesto simples — correr — uma verdadeira expressão de cidadania.

E reafirmo: a Prefeitura, com todos os seus secretários, está de portas abertas para apoiar iniciativas como essas, que fazem nossa cidade mais viva, mais humana e mais empática.

Que venham novos grupos, novos trajetos, novas histórias. E que Betim siga ocupando suas ruas com alegria, saúde e pertencimento. Porque, quando a população ocupa a cidade, a cidade finalmente passa a pertencer à população.

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