Orçamento de Betim para 2026: Responsabilidade, Austeridade e Planejamento

Betim terá, em 2026, um orçamento estimado em R$ 3,5 bilhões. À primeira vista, é um valor expressivo — e realmente é.

Poucos municípios em Minas Gerais ou mesmo no Brasil alcançam essa marca.

Mas é fundamental compreender que gestão pública não se resume à arrecadação. É preciso analisar o que já está comprometido com obrigações legais, folha de pagamento, custeio da máquina e serviços essenciais.

Quando olhamos com responsabilidade, percebemos que o espaço real para novos investimentos é bastante limitado.

Comecemos pela folha de pagamento. Betim conta hoje com cerca de 15 mil servidores públicos, entre ativos e inativos. Esse quadro, formado ao longo de décadas, representa quase um terço do orçamento anual — algo próximo a R$ 1 bilhão.

Na sequência, temos a saúde pública, que constitucionalmente deve receber ao menos 15% da arrecadação, mas em Betim a média de investimento gira entre 26% e 28%, alcançando outro quase bilhão de reais em 2026.

Já a educação consome cerca de 25% a 27%, o que significa mais um valor próximo de um bilhão.

Somados, folha, saúde e educação representam algo aproximado de R$ 3 bilhões dos R$ 3,5 bilhões previstos.

E ainda há o repasse obrigatório à Câmara Municipal, equivalente a cerca de 5% da receita, o que corresponde a mais alguns milhões.

Restam, portanto, aproximadamente R$ 300 milhões — e esse montante ainda precisa cobrir o custeio da máquina pública: energia, água, manutenção de prédios, UBSs, sedes administrativas, limpeza urbana, contratos de tecnologia, serviços continuados e pequenas obras.

Além disso, o município segue honrando dívidas antigas, originadas de grandes financiamentos feitos em gestões passadas, como os investimentos das avenidas sanitárias e contratos com o BNDES, que consomem outros milhões.

O resultado dessa equação é claro: 96% do orçamento está comprometido. Sobra cerca de 4% para novos investimentos.

É o retrato de uma gestão que precisa ser técnica, cuidadosa e absolutamente consciente das suas escolhas.

Mesmo com essas limitações, Betim mantém importantes investimentos estruturantes.

Recursos já carimbados permitirão a entrega da UPA Teresópolis, a construção do viaduto entre Teresópolis e Laranjeiras, os anexos do Hospital Regional (como o novo CTI e o edifício garagem) e as travessias ferroviárias no Centro e no Alterosas.

Há também previsão para modernização do parque semafórico e implantação de um modelo de cidade inteligente.

Além disso, o município possui capacidade de crédito, mas esses financiamentos exigem rigor técnico, aprovação legislativa e responsabilidade para que cada real investido gere retorno social e segurança fiscal.

Outro ponto que exige atenção é o Instituto de Previdência Municipal, criado em 1992 e regulamentado em 2005. Durante muitos anos, o Instituto enfrentou dificuldades de arrecadação e, hoje, demanda planejamento de longo prazo.

Sem reformas estruturais, há risco de desequilíbrio atuarial entre 8 e 10 anos.

Por isso, é dever do gestor público garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário, assegurando tranquilidade aos servidores e estabilidade às contas municipais.

Esse é um desafio que exige diálogo, técnica e coragem para enfrentar o futuro com responsabilidade.

Por fim, é preciso alertar que, a partir de 2028, a Reforma Tributária começará a gerar impactos negativos para Betim.

A nova estrutura fiscal privilegia as cidades consumidoras em detrimento das produtoras, e Betim, como polo industrial, tende a perder receita gradualmente.

Por isso, é urgente que o município diversifique sua base de arrecadação, invista em inovação, modernização e eficiência fiscal, e fortaleça a capacidade de gerar receitas próprias.

Só assim conseguiremos manter o equilíbrio financeiro e continuar avançando com segurança, sem comprometer o futuro da nossa cidade. No mais, é trabalho, sensatez, coragem e dedicação total, além de muita perseverança.

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